Para todos os que se interessam pelas negociações sociais e pelos conflitos que podem surgir no local de trabalho. "anunciada a "primavera socialSe estiver interessado no que se está a passar na Austrália entre o governo, os meios de comunicação social e a "Big Tech", também conhecida por GAFAM em francês, com o Google e o Facebook na linha da frente. Não é social, mas é uma negociação do caraças. E como em França os nossos parceiros sociais são grandes negociadores, há muitas semelhanças!
Quando os GAFAM brincam aos dinossauros
Há alguns ingredientes úteis nesta história para apontar as infelizes "falsas soluções", preconceitos cognitivos e outras crenças limitadoras que podem ser encontradas nas negociações sociais.
Isto mostra também que os campeões franceses da negociação social não são nada de especial e que os reis do digital não são muito melhores. Aqueles que nos fazem sonhar com unicórnios comportam-se por vezes como dinossauros!
Em poucas palavras, l’histoire australienne est la suivante : les médias australiens (à commencer par le très légendaire Rupert Murdoch) estão a travar uma guerra contra o Google e o Facebook para cobrar pela utilização dos seus conteúdos. Coisa clássica. É apresentado um projeto de lei para apoiar os meios de comunicação social. A batalha intensificou-se e o equilíbrio de poderes tornou-se numa prova de força. A Google ameaça retirar-se da Austrália, mas acaba por mudar de ideias. Afinal de contas, o que conseguiu fazer na Europa com os "direitos de vizinhança".Ele pode voltar a fazê-lo na Austrália.
O Facebook decidiu bloquear a partilha de links para sites de notícias. Danos colaterais: bloqueia também as informações meteorológicas e de serviços e todas as informações sobre a pandemia. Naturalmente, o tom subiu ainda mais. Cinco dias depois, o governo australiano alterou o seu projeto de lei e as negociações com o Facebook foram retomadas. Acabam de chegar a um acordo.
O que é que os sindicalistas, os representantes do MEDEF, os directores das empresas e os representantes do pessoal podem aprender com esta história?
Há pelo menos três ideias que devem ser evitadas se os representantes dos trabalhadores e a direção da empresa quiserem evitar demasiadas tragédias: tratar as negociações como uma luta pelo poder só irá piorar a situação; manipular as pessoas irá quebrar a confiança e procurar apenas o compromisso só levará a resultados demasiado mornos para todos.
1 – Première fausse piste : a negociação como uma luta pelo poder.
O braço de ferro não é para marcar pontos.
No início de qualquer negociação, há uma necessidade da outra parte. Caso contrário, ninguém viria.
Precisar da outra pessoa significa que qualquer negociação tem de criar valor para as pessoas envolvidas. Se precisamos de outra pessoa, é estúpido querer bater-lhe.
Por detrás da utilização do equilíbrio de poderes está a crença de que em qualquer negociação só pode haver um vencedor e um vencido. Os líderes políticos e sindicais que promovem esta crença vêem qualquer negociação como um simples bolo a ser partilhado, com todos a disputar a mais pequena migalha.
Nas negociações sociais, o patrão precisa do empregado. E o empregado precisa do patrão. Se pensarmos em termos de um equilíbrio estrito de poder, a relação parecerá desigual. Num programa dedicado a este tema no Arte, há alguns anos, Laurent Berger disse-o a Raphaël Enthoven. Mas se pensarmos em termos de valor acrescentado, só em conjunto é que estes dois poderão criar valor, para si próprios e para o grupo.
Dans l’affaire australienne, tous les protagonistes ont besoin les uns des autres. Les intérêts sont différents et même divergents, mais les intérêts communs sont nombreux. Créer de la valeur c’est agrandir le gâteau, pas le couper en parts aussi égales que possible. C’est de l’imagination dont les négociateurs ont besoin, pas de gros bras ni de menaces. Toute pression sur quelqu’un entraîne une pression supplémentaire de la part de l’autre. La pression exercée envers la partie adverse ne fera que renforcer et amplifier le rapport de force pour le voir basculer en épreuve de force. Faites un bras de fer avec vos collègues pour voir.
2 – Seconde fausse piste : jouer au plus malin
Les gros malins essaient de jouer aux plus fins. Alors ils montent des écrans de fumée, ils vous promènent, ils vous mènent en bateau, ils vous font croire qu’ils veulent telle ou telle chose alors qu’ils en veulent une autre qu’ils vont essayer de récupérer à votre insu. Bref ils manipulent. Vous vous ferez avoir une fois, mais pas deux fois quand même…
Il convient de préciser que le manipulateur est aussi persuadé, parce qu’il est très intelligent, qu’il a le pouvoir de vous contourner. Cela ne marche que si le « manipulé » potentiel lui accorde ce pouvoir. Un jour, un délégué syndical assez « tenace » vient voir le responsable RH à l’issue d’une réunion particulièrement tendue. Il lui dit en souriant : « je vais vous empêcher de dormir avec mes questions, hein ! ». La réponse du responsable RH a été remarquable. Il a juste souri et lui a répondu « allons, allons, vous n’avez pas ce pouvoir quand même ». Tout cela ne mène à rien bien sûr et aura un impact sur la réputation et l’éthique du négociateur manipulateur.
3 – Troisième fausse piste : chercher le juste milieu
As mentes mais pacíficas entre os negociadores clássicos estão a tentar chegar a um compromisso, aceitável, é claro, para evitar que seja ridículo. Isso é invejável. O leque de possibilidades é considerável: lembro-me de uma entrevista de recrutamento em que um recrutador, para compensar um salário magro, alegou como compensação que a sua caixa de charutos estava "sempre aberta" (verdade!).
O problema do compromisso est qu’il repose sur une logique concessive. Au lieu d’agrandir le gâteau, je l’ampute. A vouloir à tout prix trouver le juste milieu, le négociateur prend aussi le risque d’en rester à la surface du problème à résoudre. Il négocie sur les positions de chacun. Il ne part pas à la découverte des motivations, des raisons d’être de ces positions. Et bien sûr, lui-même ne parle pas des siennes. Si bien qu’au terme de la négociation, les parties prenantes sont arrivées à une conclusion qui n’enchante pas grand monde, et tout le monde de s’imaginer ce que l’autre pense. Or si la lecture de pensée mène le monde, nous sommes mal partis…
É possível como evitar que as nossas negociações sociais caiam nas armadilhas da negociação convencional. Por vezes, isto obriga-nos a rever crenças profundas e a resistir a alguns dos nossos reflexos mais bem condicionados.
Quantos se atreverão?